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Mostrando postagens de junho, 2009

Revolução Francesa: A Pedra no Sapato de Nietzsche

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A Revolução Francesa ocupou grande parte das obras da maioria dos pensadores dos séculos XVIII e XIX. Nietzsche (1844 – 1900) preferiu praticamente ignorá-la, quase sempre rebaixando-a como acaso infeliz, puro ressentimento de classes inferiores, “inveja burguesa da noblesse , ou seja, de esprit e élégance , como expressão de uma sociedade cortesã, cavalheiresca, antiga, segura de si.”. Até mesmo na música alemã, Nietzsche via os ecos da inveja e ressentimento impregnados em toda Europa após a Revolução: “(...) Considere-se, por fim, se o desprezo da melodia e enfraquecimento do sentido melódico, hoje cada vez maior entre os alemães, não pode ser entendido como grosseria democrática e efeito posterior da Revolução. Pois a melodia tem um tão claro deleite com as regras e uma tal aversão a tudo o que se acha em evolução, que é informe e arbitrário, que soa como algo da velha ordem das coisas européias e uma atração e regressão para esta .” (A Gaia Ciência, § 103) Para ele, acima de tudo

A estética do Sim - Considerações sobre o Jovem Nietzsche

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“ Ó tu que com o dardo de flama Partes o gelo de minha alma, Para que ela se lance frenemente Ao mar de sua suprema esperança: Sempre mais clara e sã, Livre na lei mais amorosa Assim exalta teus milagres, Belíssimo Janeiro .” Há, pelo menos, duas fases evidentes na vida de Nietzsche. E é também evidente que, neste caso, vida e obra são uma só coisa. Aí, a “abnegação” não possui valor algum, os grandes problemas requerem um amor à sua altura, somente o filósofo que se coloca pessoalmente ante sua filosofia é capaz de galgar raras alturas. A “impessoalidade” na filosofia é coisa para “fracotes com sangue de barata”. Pode-ser dizer então que existiram dois “nietzsches”, que talvez fossem como distintos necessários: aquele do agradecido e esbanjado Sim , e o outro, do Não transformador. Já em O Nascimento da Tragédia , ele determinava que somente como fenômeno estético a existência se justificaria. É comum haver um certo distanciamento desta obra para com as outras – ela não é aforística,