Revolução Francesa: A Pedra no Sapato de Nietzsche
A Revolução Francesa ocupou grande parte das obras da maioria dos pensadores dos séculos XVIII e XIX. Nietzsche (1844 – 1900) preferiu praticamente ignorá-la, quase sempre rebaixando-a como acaso infeliz, puro ressentimento de classes inferiores, “inveja burguesa da noblesse , ou seja, de esprit e élégance , como expressão de uma sociedade cortesã, cavalheiresca, antiga, segura de si.”. Até mesmo na música alemã, Nietzsche via os ecos da inveja e ressentimento impregnados em toda Europa após a Revolução: “(...) Considere-se, por fim, se o desprezo da melodia e enfraquecimento do sentido melódico, hoje cada vez maior entre os alemães, não pode ser entendido como grosseria democrática e efeito posterior da Revolução. Pois a melodia tem um tão claro deleite com as regras e uma tal aversão a tudo o que se acha em evolução, que é informe e arbitrário, que soa como algo da velha ordem das coisas européias e uma atração e regressão para esta .” (A Gaia Ciência, § 103) Para ele, acima de tudo